terça-feira, 28 de setembro de 2010

E se eu morresse amanhã?

E se eu perdesse minha conta do Google amanhã?


Se eu perdesse minha senha, meu blog ficaria com o "obsceno" (lá no título) escrito errado. Durante milênios meu erro ficaria exposto ao bullying (ou à então ultraviolência) de incontáveis gerações e, lá no além, meu analista (possivelmente o Diabo) teria todo o tempo do universo para ouvir minhas lamentações. No final de cada consulta, o Cão, num assomo de curiosidade sádica, perguntaria se aquela vírgula também não estaria errada. Eu explicaria que não, que isso, que aquilo...

E assim eu passaria a eternidade, até o momento em que todas as galáxias voltassem a se comprimir num único ponto sem dimensões dando origem a um novo  Big-Bang, a um novo e estranho universo.

Epílogo

Depois de treze bilhões de anos a partir dessa nova expansão do universo, os ocultistas de então terão a estranha certeza de que há uma palavra fundamental. Uma palavra que, de alguma forma, sobrevive a cada nova criação do universo (apesar dos erros ortográficos). Uma palavra que não pode ser conhecida. Eles a chamarão de "palavra de Deus", ou simplesmente "Verbo", embora estando conscientes de que tal palavra não tem qualquer relação com Deus. Os iniciados nas artes ocultas desse novo mundo saberão que, se essa palavra fosse descoberta e pronunciada, por algum motivo o universo interromperia o seu ciclo eterno de expansões e contrações. O universo se anularia instantaneamente. Brahma pararia de respirar. - Ainda bem que eu não perdi a minha conta do Google!