sábado, 28 de novembro de 2009

Sobre Paulo Coelho (II)






Em 2005 Paulo Coelho foi capa de três revistas de circulação nacional. Na mesma semana foi reportagem de capa do programa Fantástico, da Rede Globo. O curioso é que seus fãs garantem que isso tudo não é marketing - é reconhecimento pelo talento do mago. Sim, temos que ouvir essas baboseiras e aceitar como se aceita qualquer opinião. Tentar argumentar é inútil, pois toda e qualquer crítica é rebatida pelos fãs com a eterna falácia da inveja: "você tem inveja dele, por isso você critica!". Era só o que faltava, invejar um egocêntrico que se autodeclara "o maior intelectual do Brasil"!



Nosso alquimista da "literatura" anda meio quieto. Vamos ver quanto tempo demora para um novo golpe publicitário, ops... um novo reconhecimento pelo talento coelhano, que deve incluir a capa de duas ou três revistas, o Fantástico, o Jornal Nacional e talvez uma entrevista no programa da Ana Maria Braga (“tem coisas que o dinheiro não compra, para todas as outras...”). Isso tudo, como é de praxe, momentos antes do lançamento do último livro, que mesmo desconhecido, já será amado, elogiado e transformado em objeto de desejo pela imprensa semianalfabeta e interesseira, e seu respectivo público.
Com tamanha publicidade, até a mãe do Badanha faria sucesso...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Sobre Paulo Coelho (I)

Comentário num fórum do Orkut:

"é mto melhor ler Joyce ou Kafka e não entender merda nenhuma do que ler a merda do PC e entender tudo..."


Hmm... nem só de merda vive o Orkut...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Atenção alunos: ACBF 4 x 2 Malwee. Prossigam a aula...


Nosso agente secreto, devidamente infiltrado na maior escola pública de Carlos Barbosa, noticiou um fato curioso: a interrupção da aula, através do sistema de alto-falantes, para informar aos alunos o resultado de uma partida de futebol. A temível e estrondosa voz da nobre diretora da instituição, desta vez fez-se doce para informar o que já não seria novidade para os torcedores mais fervorosos (que certamente estavam acompanhando o jogo de uma ou outra maneira), e que seria totalmente irrelevante para aqueles que, por ventura, não estivessem interessados (que, acreditem, existem).

“Atenção alunos! Atenção! Vimos informar que a ACBF venceu a Malwee por 4 a 2!. Repetimos: A ACBF venceu a Malwee por 4 a 2! Obrigada! Agora podem continuar a aula...”

Fatos corriqueiros (e aparentemente inocentes) como este, ilustram com maior ou menor precisão, certos mecanismos ou conceitos que, apesar da indiscutível presença em nossa sociedade, não são claramente visualizados no dia-a-dia.

O primeiro, e mais evidente, faz-nos lembrar de certos candidatos em ano eleitoral, quando a regra primeira é fazer tudo o que possa ser feito para agradar a “maioria”. Se levarmos em consideração as recentes discussões locais acerca do provimento do cargo de diretor daquela instituição, a semelhança torna-se mais evidente. É certo que noticiar qualquer acontecimento externo à aula aos alunos, mesmo sendo o resultado de uma partida de futebol, não constitui anormalidade em si, podendo ser até recomendável, desde que esteja em concordância com o projeto pedagógico da escola (dizem que isso existe!) de “interagir” com a comunidade, de “participar das realidades locais”, etc e etc. A estranheza está na novidade, no inusitado, uma vez que, conhecedores da escola que somos, sabemos que aquele ato nunca fora, até então, um procedimento de praxe. Parece o velho “pão e circo”, mas afinal, todos gostaram e isso é o que importa, certo?...

Também podemos observar e estudar a tal “crise da autoridade”, que é um dos assuntos da hora. Os alunos (refiro-me ao terceiro ano do ensino médio), como se fossem amebas incapazes de fazer duas coisas ao mesmo tempo, são expressamente proibidos de acompanhar um jogo pelo fone de ouvido do celular enquanto fazem os exercícios propostos na aula, mesmo que na vida adulta venham a enfurnar-se num escritório onde terão que executar 37 tarefas ao mesmo tempo. Assim, são proibidos de mascar chiclete, chupar balinhas e usar boné. São proibidos de ler uma mensagem de celular durante a aula. Questiono muito essas regrinhas, sobretudo quando elas tendem a misturar ética com regras puramente convencionadas, como as que versam sobre o uso do boné ou o consumo de chicletes, que normalmente são a pura expressão da opressão.

O opressor, para manter-se na posição opressiva, não pode dispor somente de regras baseadas na ética, precisa também de um amplo repertório de regras estúpidas que devem existir simplesmente para serem seguidas sem questionamentos. Nesse contexto, é natural afagar os ânimos das pessoas envolvidas utilizando pequenas recompensas, que podem ir de permissões e concessões, até a promessa de “vida eterna”. É o que fazem as empresas ao distribuírem estúpidos presentes de natal para seus funcionários no final de cada ano. É o que fazem as escolas ao satisfazer pequenos desejos futebolísticos de alunos que são proibidos até de ler um “torpedo” de duas linhas durante a aula. Em ambos os casos, fazem essas "concessões" para esconder o lado opressivo e autoritário, que salta aos olhos de qualquer um que se disponha a observar com mais atenção. Do alto do seu pedestal o opressor dita as regras, e ninguém questiona se elas são válidas ou se não passam da simples expressão do autoritarismo. Do alto do seu pedestal o opressor distribui migalhas de pão (disfarçadas de pepitas de ouro) para que seus subalternos permaneçam felizes, para que tudo permaneça como está, pelos séculos dos séculos. Do alto do seu pedestal, o opressor é unanimemente eleito, re-eleito e bajulado.

Por fim, é possível observar através desse exemplo, como pode se constituir uma minoria, e como essa minoria passa a ser atacada pelos que se reconhecem como pertencentes a “maioria”, os "corretos", os “com a razão” (vide caso da universitária do vestido curto). Como foi dito no início deste texto, o placar do futebol poderia não interessar a todos, e de fato, não interessou. Nosso correspondente infiltrado na escola sentiu-se constrangido e irritado por ter a apresentação do seu trabalho interrompida para que o restante da turma pudesse cantar o Hino da ACBF, mas como ele poderia manifestar seu desapreço sem ser alvo de olhares reprovadores? Com que autoridade irá o professor argumentar sobre a importância da educação para a sociedade se a própria direção da escola “invade” a sala de aula para injetar trivialidades? A democracia, apesar de ser o melhor sistema de que dispomos, não deixa de ser um sistema falho, e enquanto isso, do alto do seu pedestal, o opressor também determina quem está certo e quem está errado.

domingo, 1 de novembro de 2009

Halloween o caralho!!!

Só para lembrar: nós temos o "Dia do Saci"!
Daqui a pouco um gringo inventa o "dia de defecar nos calcanhares", e lá vamos nós...