segunda-feira, 5 de março de 2018

Lendo Aleister Crowlei

Eu sempre soube que um dia chegaria a esse ponto. 

Estava dormente. Só esperando uma oportunidade.

Normal, pra quem passou a adolescência ouvindo Raul Seixas gritar o nome da Besta 666 num dos discos mais influentes nessa fase da minha vida (me perdoem, eu sei, mas pelo menos não foi um disco dos Farrapos... Era o que tinha! Você me entende?)

E, convenhamos: você está lá com seus 15 ou 16 anos, sendo empurrado pela nossa "cultura" à exploração de um subemprego em meio turno (porque, afinal, gringo que é gringo não fica vagabundeando na rua, você sabe...), aquela pressão toda, o que você vai ser na vida, você só quer saber de andar na sua bicicleta mas não pode, porque você precisa "aprender a trabalhar"... Aí você se pega fechando cappeleti ou algo assim (o pessoal da minha cidade vai pegar a referência) pra um desgraçado que vai te pagar um punhado de trocados que não dá nem para um par de tênis no fim do mês, (e você sabe disso...) quando, de repente, cai em suas mãos uma fita K7 com um cara cantando Ouro de tolo... Era tudo o que eu queria ouvir! 

Não tem como isso não impactar você de forma permanente, mesmo que seus gostos mudem com o tempo. Raul Seixas já ocupou seu assento. E junto com ele vem todo o pacote. Aquela coisa de sempre... Você é o que você come, etc...

Faz algum tempo que eu não ouço o Maluco Belza, mas aquela coisa de "todo homem e toda mulher é uma estrela", "faze o que tu queres...", em vez de ir para algum canto do sótão da nossa memória acaba ficando ali, em cima de uma mesinha, que se não está no centro, também não está escondida...

Até que um dia, você está de férias e, sem querer, passa numa estante de promoções da Saraiva e bate o olho numa edição bilíngue do tal "Liber al vel Legis". 

Agora é só tirar a curiosidade.

Semana que vem continuamos!

Do what thou wilt shall be the whole of the law





3 comentários:

  1. Um amigo meu, Vitor Cei, fez uma nova tradução do Crowley. Deve sair nos próximos meses, agora que está em domínio público. Procure ele lá no Facebook, que logo ele deve divulgar. Além disso, ele tem um livro sobre Raul Seixas e Crowley. Talvez te interesse. Amplexo!

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  2. Thelemitas me mordam! Não é que ainda leem essa desgraça!
    Sim, passei e me interessar mais depois daquela trollada do Crowley com participação de Fernando Pessoa, kkkk. Raul Seixas, apesar da sua filosofia meio "de boteco", teve um peso importante na nossa cultura e na música.
    Vou ver esse material com o Vitor, sim! Agradecido!
    Ósculo e amplexo!

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  3. É que eu tenho coisas muito, muito velhas cadastradas no meu feed. Aí, quando ressuscitam, aparece lá.
    Veja mesmo com o Vitor, pois, se não me engano, a versão completa do livro é maior do que essa que você tem. O Vitor comentou comigo que se costuma publicar só uma parte, a mais famosa, mas o todo é maior. Posso estar enganado, mas acho que é isso.

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